(Não me apetece pensar num título...)

Tenho uma boa relação com a ex mulher do E., e é óbvio que a tenho porque existe um filho em comum entre eles, senão não teria. Damo-nos bem. Vamos ao café, vemos sapatos, vou a casa dela com alguma frequência. Normalmente as coisas que envolve o meu enteado ela fala comigo, o que sinceramente deixa-me mais descansada. Claro que nem sempre é assim, mas eu tento entender (nem sempre com sucesso).
Ninguém imagina o esforço que faço grande parte das vezes por tentar parecer bem, por tentar aceitar sem pensar no passado. Por fingir que tá sempre tudo bem, e que percebo tudo.

Caros leitores, não é fácil. Tem dias que acho que não aguento viver assim toda a minha vida. Penso que em parte por sermos 2 mulheres. Todos nós sabemos que nós, mulheres, guardamos (quase) sempre rancor das ex's ou das futuras. É feio, mas é verdade. E então numa situação destas..torna-se por vezes impossível.
E depois há aquelas coisas que deveriam ser desnecessárias. O falar do passado....como o E. era....se ele ainda sofre de sinusite...se calça o 43...se ressona....OH PAH! Desculpem mas nestas ocasiões não aguento. Não consigo!! O pior é que isto torna-me insegura, e como é óbvio quem paga é o E. Alguém tem de levar com isto. Sozinha não consigo.

Muitas vezes sinto-me de parte em relação a educação do G. (enteado) Embora me digam constantemente que é preciso que os dois casais se empenhem na educação dele, em puxá-lo para bons caminhos, eu não me sinto incluida nisso. Sinto que sou ignorada em relação ao que penso, ao que acho que está correcto. E isto chateia-me caramba.

Tudo isto pra dizer que hoje sinto-me numa autêntica cáca. Que cada vez menos me apetece ter filhos. (sim...esta conversa toda mexe-me com o relógio biológico, mas no sentido oposto)